Aristóteles

''Aristotélis, gios tou Nikómachou ton Stageíron''
Aristóteles, filho de Nicômaco de Estagira |imagem =Aristotle Altemps Inv8575.jpg |imagem_tamanho =220px |imagem_legenda =Busto de Aristóteles
Cópia romana de uma escultura de Lísipo |nascimento_data = |nascimento_local =Estagira, Calcídica, Grécia Antiga |morte_data = |morte_local =Cálcis, na ilha Eubeia |ocupação =filósofo, professor |escola =Escola peripatética, aristotelismo |interesses =Física, metafísica, poesia, teatro, música, retórica, política, governo, ética, biologia, economia |obras notáveis =Órganon, Física, [Metafísica (Aristóteles)|
Na concepção aristotélica, a ciência compreende três áreas principais: teórica, prática (''práxis'') e aplicada ou (''poiética''). Segundo o autor, a ciência teórica é o melhor uso que o homem pode fazer de seu tempo livre e é composta pela "filosofia primeira" (ou metafísica), matemática e física (também chamada de filosofia natural). A ciência prática, orientada para a ação, é o reino da política e da ética. Por fim, a ciência aplicada consiste no campo da técnica, ou seja, do que pode ser produzido pelo ser humano, tais como a prática da agricultura e da poesia. A lógica, por outro lado, não é considerada por Aristóteles como uma ciência, mas sim um instrumento que permite o progresso científico. Segundo Aristóteles todos os seres vivos têm alma, ainda que com características distintas. As plantas teriam apenas uma alma animada por uma função vegetativa, ao passo que a alma dos animais teria uma função vegetativa e sensorial. Já a alma dos humanos possuiria cinco disposições por meio das quais poderia afirmar ou negar a verdade: a arte (''téchne''), o discernimento (''phrónesis''), a ciência (''epistéme''), a sabedoria (''sophía'') e o intelecto (''noús'').
A virtude ética, tal como exposta na obra ''Ética a Nicômaco'', se equilibra entre dois extremos. Assim, um homem corajoso não deve ser imprudente nem covarde. Conclui-se que a ética aristotélica é muito marcada pelas noções de medida e ''phronesis''. Sua ética, assim como sua política e sua economia, está voltada para a "busca do Bem". Em conexão com seu naturalismo, o estagirita considera a cidade como uma entidade natural que não pode subsistir sem justiça e amizade (''philia''). Essa concepção influenciou profundamente os pensadores das gerações seguintes e se reflete até hoje nas concepções finalistas de sociedade e do Estado, que são compreendidas como a pela busca do bem comum. A natureza (''Physis'') ocupa um lugar importante no pensamento aristotélico. A matéria possuiria em si um princípio de movimento (''en telos echeïn''). Consequentemente, a física se dedica ao estudo dos movimentos naturais causados pelos princípios próprios da matéria. Em sua metafísica, Aristóteles define o Deus dos filósofos como o primeiro motor imóvel, aquele que põe o mundo em movimento sem ele próprio ser movido. Segundo o autor, o primeiro motor imóvel e os corpos celestes seriam formados por um elemento incorruptível, o éter, distinguindo-se dos corpos físicos do mundo sublunar.
Após sua morte, seu pensamento foi praticamente esquecido pelo ocidente até o fim da Antiguidade. Durante o Califado Abássida, as obras de Aristóteles foram traduzidas em árabe, influenciando o mundo muçulmano. A partir do fim do Império Romano o ocidente teve acesso limitado a seus ensinamentos até o Século XII. Após a redescoberta de seus escritos, o pensamento aristotélico também passou a exercer influência sobre a filosofia e a teologia ocidental durante os cinco séculos seguintes, criando tensões com o pensamento platônico de Agostinho de Hipona que vigorava à época. Foi durante o Século XII, contudo, que o aristotelismo marcou profundamente a escolástica e, por intermédio da obra de Tomás de Aquino, o cristianismo católico. No Século XVII, o avanço da astronomia científica de Galileu e Newton desacreditou o geocentrismo admitido por Aristóteles. A partir de então, seguiu-se um profundo recuo do pensamento aristotélico no que se refere à ciência. Sua lógica também foi criticada na mesma época por Francis Bacon e Blaise Pascal. No , George Boole deu à lógica de Aristóteles uma base matemática com um sistema de lógica algébrica, e já no , Gottlob Frege criticou e retrabalhou em profundidade a silogística. A filosofia aristotélica, por sua vez, experimentou um ressurgimento de interesse. No Século XX foi estudado e comentado por Heidegger, que foi seguido por Leo Strauss, Hannah Arendt e contemporaneamente por autores como Alasdair MacIntyre, John McDowell e Philippa Foot. Mais de 2 300 anos após sua morte, seu pensamento ainda inspira especialistas de áreas variadas e é objeto de pesquisa de diversas disciplinas. Fornecido pela Wikipedia
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1Área/Cota: 8 Philos. 0863(16Livro
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